
A espécie
O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, tendo sua ocorrência, hoje, restrita à pequena faixa litorânea do sul de São Paulo e do Paraná. Originalmente a espécie ocorria até o litoral norte do Rio Grande do Sul, de onde já foi extinta, bem como do estado de Santa Catarina.
Sua população vem aumentando nos últimos anos, graças ao trabalho preservacionista realizado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS). O censo populacional da espécie, realizado pela organização, registrou o segundo maior número populacional em 2018, alcançando os 9112 indivíduos contabilizados. O recorde foi de 9176, no ano de 2015.
A espécie é conhecida também pelo nome de Chauá, o que pode causar confusão com outra espécie de papagaio (também ameaçada) que ocorre pouco mais a norte, o Amazona rhodocorytha. Em campo, porém, não é difícil identificá-lo através de sua voz estridente. A população da espécie que habita a região de Itanhaém, Peruíbe e Mongaguá possue uma vocalização diferente da população das demais localidades, no entanto, não é reconhecida como uma subespécie. Na Baía de Laranjeiras e de Paranaguá é bastante comum ouvir sua vocalização característica: "CRICRI-CRACRA"

As penas arroxeadas da face dão nome a espécie, já o azul das asas constrasta bastante com a cauda amarela.

Papagaio-Chauá (Amazona rhodocorita)

Papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis)

Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva)
A vocalização é a maneira mais fácil de identificar a espécie, mas quando em vôo é interessante notar a forma de voar característica dos papagaios.
Projeto
O projeto de conservação do papagaio-de-cara-roxa teve início no ano de 1998 no litoral norte do Paraná e, desde 2013, atua também no litoral sul de São Paulo. O trabalho, realizado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), consiste especialmente no manejo da espécie, monitoramento populacional, pesquisas biológicas e educação para conservação. Essa última realizada através de atividades educativas para crianças e jovens, palestras e orientações para turistas, cursos de formação para policiais ambientais e também para professores da rede pública, com distribuição de material de apoio para utilização em sala de aula. Peças de teatro, exposições fotográficas e até o lançamento de um livro infantil sobre a espécie são também trabalhos realizados pela organização com o intuito de conscientizar a população a respeito da vulnerabilidade e importância da espécie.

Elenise Sipinski (Tise), coordenadora do projeto, e funcionários da SPVS executando o monitoramento de ninhos na Ilha Rasa - Guaraqueçaba
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